Atlântida, Um Habitante de dois planetas (5): A Vida em Caiphul Posted by Thoth3126 on 14/08/2021
Atlântida, Um Habitante de dois planetas (5): A Vida em Caiphul
Esta é uma história contada na primeira pessoa, pelo próprio personagem que a viveu, há milhares de anos, no então continente de Atlântida, a sua vida passada na ilha continente hoje perdida sob às águas do oceano Atlântico, veio ao conhecimento do público no final do século XIX, quando sua história foi publicada na Califórnia, Santa Barbara. Ela ilumina a escuridão sobre um período longínquo da história da própria humanidade, que é descartada como lenda e mito pelo establishment dos eruditos acadêmicos que também duvidavam da existência de Troia e Micenas até que Heinrich Schliemann as descobrisse em 1870.
“Nunca pronuncies estas palavras: “isto eu desconheço, portanto é falso”. Devemos estudar para conhecer; conhecer para compreender; compreender para julgar“. – Aforismo de Narada.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Livro concluído em 1886 e publicado em 1905 por Baumgardt Publishing Company: “Um Habitante de Dois Planetas ou a Divisão do Caminho”, de Philos, o Tibetano
“O propósito desta história é relatar o que conheci pela experiência, e não me cabe expor idéias teóricas. Se levares alguns pequenos pontos deixados sem explicação para o santuário interior de tua alma, e ali meditares neles, verás que se tornarão claros para ti, como a água que mitiga a tua sede. . .
“Este é o espírito com que o autor propõe que seja lido este livro. E chama de história o relato que faz de sua experiência. Que é história?. . . Ao leitor a decisão…… O que é a experiência? Dois componentes: o conjunto das sensações que compõem uma dada situação e a percepção pessoal ou “tradução” individual desse conjunto de sensações. Que este livro seja lido pelo fascínio da narrativa, como “lenha atirada à sua fogueira pessoal”, alimento para o seu “fogo interior“! Jogue a lenha na sua fogueira e deixe queimar. Os produtos dessa queima – calor e luz – ativarão ou reativarão um processo interno de pensar e sentir em você mesmo, um processo de ser, no cadinho da vida. Conhecer. . . A verdade. . . Quem pode decidir? – Philos, o Tibetano
“Nunca pronuncies estas palavras: “isto eu desconheço, portanto é falso“. Devemos estudar para conhecer; conhecer para compreender; compreender para julgar“. – Aforismo de Narada.
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A vida de Zailm em Caiphul. O Rai das Leis do Maxin. Encontro com o profeta. Visita ao Palácio e uma entrevista com o Imperador de Atlântida.
Livro: “Um Habitante de Dois Planetas ou a Divisão do Caminho”, de Philos, o Tibetano – LIVRO UM, CAPÍTULO V – A VIDA EM CAIPHUL
Minha nova vida trouxe inúmeras novidades para minha mãe e eu, recém-chegados das montanhas a um grande centro urbano. Após ter aprendido mais algumas coisas sobre suas conveniências, logo me harmonizei com a nova situação. Adaptei meu modo de vestir ao estilo citadino-, sendo minha atitude natural reservada, pude dar a impressão de estar à vontade, algo que foi apoiado cada vez mais pelo grau crescente de segurança que fui adquirindo.
A vida de um estudante no ambiente da escola, como aprendi após matricular-me no Xioquithlon, mostrou ser tão enervante para alguém acostumado à total liberdade que me vi obrigado a criar um esquema que
me permitisse fazer o necessário exercício físico. Depois de pensar por algum tempo, e tendo conseguido algumas informações fortuitas, procurei o Superintendente Distrital de Solos e Agricultura e solicitei que ele me indicasse um pedaço de terra que eu pudesse cultivar, não necessariamente com fins lucrativos mas pela prática contando-lhe que era um estudante.
O Superintendente, com oficial indiferença, abriu um mapa das terras adjacentes a Caiphul. Ao falar de distâncias, consultei a provável conveniência de meus leitores e usei pés, jardas, milhas e assim por diante, como medidas nominais. Usarei o mesmo método nesta oportunidade, lembrando que nosso sistema de medição era fundamentado em um princípio similar ao moderno sistema gálico ou métrico. Sua unidade, entretanto, não era a décima milionésima parte do quadrante terrestre. Originava-se, ao invés, no grande Rai das Leis Maxin. Como foi observado anteriormente, esse monarca havia introduzido todas as reformas concebíveis, entre outras a de substituir por um sistema uniforme de mensuração o método anterior desajeitado, embora não totalmente anti-científico.
A circunferência da Terra no equador, tal como fora determinada pelos astrônomos, tinha servido de base, assim como o moderno sistema métrico que usa uma fração da quadratura da divisão polar norte e sul da Terra. Esse padrão, entretanto, não era considerado totalmente confiável; temia-se que algum erro tivesse se insinuado no cálculo original; mesmo que fosse o caso, o bastão de ouro usado como referência teria servido a todas as finalidades, uma vez que era imutável, mas o desejo humano de ser tão perfeito quanto possível era tal que, como eu disse, o medo do erro destruía a confiança. Todo homem que quisesse podia instituir um padrão particular, baseado em qualquer esquema que lhe servisse, um estado de coisas que levou a fraudes deploráveis em todo o império.
O Rai Maxin instituiu um sistema tão admirável que foi imediatamente aceito como autoridade absoluta, especialmente porque ninguém duvidou que tivesse vindo do próprio Incal. O Rai mandou construir um recipiente com um material que sofria a menor expansão ou contração conhecida sob a influência do calor ou do frio. Esse recipiente era, interiormente, um cubo oco perfeito, do tamanho exato da Pedra-Maxin. Um tubo maciço foi feito da mesma substância, com cerca de quatro polegadas de diâmetro interno. No recipiente cúbico foi despejada água destilada na quantidade exatamente suficiente para preenchê-lo, a uma temperatura de 398° Farenheit (203,33º C), de modo a não deixar nenhuma bolha de ar no interior do cubo.
Essa água foi então colocada no tubo, e a mesma temperatura baixa foi cuidadosamente mantida. A altura exata da água era então gravada num bastão feito com o mesmo metal dos dois recipientes (cúbico e tubular). O passo seguinte era aquecer a água a 211,95° Farenheit (99,44º C), sendo este processo e o anterior executados ao nível do mar num dia típico de verão. Com o calor, a água se expandia a um grau apropriado, e o ponto de quase ebulição era marcado como no passo anterior; a diferença marcada no bastão entre as duas linhas gravadas passou a ser a unidade de medição linear, da qual todas as outras medidas derivaram, sendo a medida do peso calcada no peso do cubo oco cheio de água a 398° F (203,33º C).
Uso a escala termométrica Farenheit porque a escala de Poseid não faria sentido para ti. Perdoa-me a digressão, já que a mesma revela outra fase da vida naquela era há tanto tempo decorrida. Voltando ao gabinete do Superintendente: tendo aberto um mapa de áreas não arrendadas à minha frente (lembra-te que não havia donos de terras, pois estas pertenciam ao governo) ele voltou a atenção para outras tarefas, deixando-me ali para estudar o assunto com calma. Passando os olhos pelas descrições ali impressas, descobri que um terreno de uns cinco acres, onde havia um antigo pomar com várias espécies de árvores frutíferas, estava disponível e ficava a uma distância aproximada de oito “vens” (quase o mesmo número de milhas) da cidade, mas adentrando a península.
Seu antigo arrendatário tinha contratado os direitos por cinqüenta anos, mas por motivo de sua morte a propriedade linha ficado abandonada e livre para ser ocupada. O fato de que os estudantes freqüentemente tinham pouco dinheiro para suas despesas gerais era levado em conta pelo governo, que em todas as suas negociações com essa classe oferecia condições melhores do que para qualquer outra categoria social. A propriedade em questão me atraiu por sua descrição: “uma área de aproximadamente oito vennines (cinco acres), com uma casa de quatro cômodos, água de fonte canalizada para a casa; um vennine plantado com flores ornamentais, seis destinados a árvores frutíferas com quinze anos de idade. Condições (com todas as benfeitorias) para estudantes: metade da colheita de frutas todas as flores próprias para perfume que forem cultivadas entregues ao Agente do Departamento de Solos e Agricultura.
Para outros que não sejam estudantes, quatro tekas por mês (dez dólares e vinte e três cents). Prazo mínimo de arrendamento, um ano. Resolvi arrendar o terreno, após verificar que “todas as conveniências” significava transporte por vailx, serviço telefônico (naim) e um instrumento de condução de calor que economizaria combustível; a energia para ser convertida em calor para cozinhar e outras finalidades seria transmitida pelo “Navaza”, um conjunto de forças materiais que em teus modernos dias se chamam “correntes telúricas”, mas que no caso incluíam também as do éter superior, algo que ainda descobrireis e utilizareis como o fez a Atlântida, pois que todos vós sois poseidanos renascidos. Eu o digo. Já vivestes e viveis agora de novo. Usastes todas essas forças naquele tempo e dentro de pouco tempo as usareis de novo.
Tendo decidido ficar com a propriedade que me fora mostrada, transmiti minha decisão ao funcionário, que imediatamente me deu um contrato e me ajudou a preenchê-lo corretamente. Apenas como um relance daquela época há muito passada, ofereço o teor do contrato de arrendamento:
“Eu,………………….., idade…………. anos, do sexo………., ocupação ………….., faço com o Departamento de Solos um contrato de arrendamento do terreno ………………………… no distrito de ……………. com as seguintes características:……………….., concordo em arrendá-lo pelo prazo de………….anos, com a aprovação do altíssimo Incal.”
Arrendei o terreno por oito anos, uma vez que esperava residir em Caiphul pelo menos por esse período de tempo como aluno do Xioquithlon. Não me pareceu nada desprezível ter a facilidade de me transportar por vailx dali até o Xioquithlon, podendo assim ter o prazer de uma viagem aérea diária. O vailx, como os táxis de hoje, podia ser pedido por telefone e chegava logo depois da chamada.
Era costume que todos os recém-chegados à cidade visitassem o palácio Agacoe e seus jardins tão logo fosse conveniente. Todas as semanas o Rai (imperador) ficava sentado no salão de audiências por duas horas. Nesse período os visitantes apinhavam-se nos corredores e passavam diante do trono em fila dupla. Depois dessa cerimônia, os que quisessem tinham liberdade de passear à vontade pelos jardins, observar o zoológico onde todas as espécies conhecidas de animais eram mantidas, ou entrar no grande museu e na biblioteca real. Para muitos, era um costume agradável passar com freqüência o dia em Agacoe; nessas ocasiões os visitantes traziam seu almoço e faziam um piquenique tranqüilo sob as grandes árvores ao lado do chafariz, do lago ou da catarata.
Devo agora voltar ao tempo em que minha mãe e eu ainda estávamos completamente desacostumados ao comportamento citadino, para que o leitor possa nos acompanhar em nossas descobertas. Iniciemos pela visita ao Agacoe. Um homem que conhecemos por acaso nos guiou até o palácio, numa viatura que partilhamos os três. Carros ainda eram uma novidade para mim e a maneira de dirigi-los tornou-se mais um assunto sobre o qual quis ser informado. Nosso amigo tirou uma moeda da bolsa e inseriu-a na abertura existente numa caixa de vidro em uma extremidade do carro. A moeda tinha de cair de forma a chegar ao fundo de um cilindro de vidro, bem pouco maior em diâmetro do que a moeda. Duas pontas de metal que se projetavam na extremidade inferior do cilindro, mas não se aproximavam uma da outra mais do que um quarto de polegada, encontravam-se no fundo.
Quando a moeda caiu nessas projeções, uma pequena campainha soou; meu amigo então mexeu numa alavanca com uma barra de trava até a camisinha soar. Quando a moeda fechou o circuito ao cair, essa trava automaticamente se deslocou, ao mesmo tempo fazendo soar a campainha como observei acima e destravando a alavanca. Quando esta foi erguida o carro se moveu súbita mas suavemente e saiu da sua estação. O veículo estava preso ao trilho suspenso, e as periferias de suas grandes rodas suspensas eram visíveis, pois, juntamente com seus eixos, elas estavam em sua maior parte ocultas por uma cobertura de metal que se estendia de uma roda a outra; dentro dessa cobertura podia-se ouvir um zumbido baixo e cantante, produzido pelo mecanismo do motor. A ideia de fazer o passageiro servir como engenheiro e condutor era muito boa, já que os processos requeriam tão pouco conhecimento ou trabalho.
Quando deixamos o carro no abrigo abaixo do terraço de Agacoe, nosso amigo recolocou a alavanca no lugar, a sineta tocou de novo, a moeda caiu em uma caixa reforçada em baixo, e o veículo estava pronto para outros passageiros. Na grande entrada, um portal que era uma maravilha arquitetônica, nosso amigo se despediu e logo desapareceu a grande velocidade, dirigindo-se para algum local mais distante do que o que havíamos alcançado. Olhando para a lista colocada acima daquela linha particular, vi que ali estava escrito em caracteres poseidanos: “Aagak mnoiinc sus“, ou seja, “Frente da Cidade e Grande Canal”, isso em uma tradução livre.
Desejando me informar sobre nosso amigável guia, perguntei quem era ele a alguém que tinha observado nossa chegada com interesse. A resposta que recebi foi:
“Um grande pregador, que prevê a destruição deste continente e conclama todos para que vivam de forma a não temer enfrentar o Uno que, segundo ele, é o Filho de Incal, que virá para a Terra em um dia que não tardará muito. Ele diz que esse Filho de Deus será o Salvador da humanidade, mas que muitos não O reconhecerão até que tenha sido morto. Doze o conhecerão, mas um deles O negará na hora de Seu derradeiro perigo. Na verdade, o assunto é extremamente interessante, apesar de eu não compreendê-lo muito bem; mas como Rai Gwauxln que Incal o proteja! – trata esse pregador com favorecimento e diz a seu respeito, “ele fala verdades” é recebido com atenção por todos.”
Leitor, mesmo naquela época tão remota, a verdade estava surgindo no mundo. Na manhã do novo ciclo já aparecera um raio do brilhante Sol do cristianismo, que ainda não havia iluminado o céu com a plenitude de sua glória. Naquele dia eu havia viajado no carro junto com o primeiro profeta
a anunciar a vinda de osso Senhor Jesus Cristo, exortando os que o ouviam a viverem de modo que suas almas se tornassem um solo virgem para permitir o surgimento do Sol da Verdade, tornando-se preparadas para receber o Mestre quando, após a morte do corpo físico que então possuíam, tivessem voltado do Devachan à terra como almas reencarnadas. A semente estava sendo plantada!
Essa ideia me ocorreu quando, num período posterior, ouvi o profeta falar com apaixonada eloqüência para a assembléia especial de Xioquithli (estudantes) especialmente reunida. Sei que a semente caiu em solo sem cultivo, quando comparo minha vida de agora com as vidas passadas; por muito tempo a semente permaneceu dormente e, enquanto assim ficou, as amargas experiências do pecado e do erro se impuseram e arrasaram minha vida com uma onda de fogo ardente que precisou de outra encarnação para curar as feridas por ela causadas. Enquanto ficamos parados sob o pórtico da grande entrada de Agacoe, nós – montanheses sem sofisticação que éramos! – não podíamos saber, quando um guia uniformizado nos abordou, que o imperador, sentado em seu trono a meia milha de distância, estava naquele mesmo momento perfeitamente informado de nossa aparência e também sabia que palavras usávamos e o tom com que as pronunciávamos. O soldado me perguntou:
- “E tu de onde vens e qual é o teu nome?”
- “Chamo-me Zailm Numinos e venho de Querdno Aru.”
- “Esta visita é a primeira ou estiveste aqui antes?”
- “Nunca estive aqui, nem minha mãe que está aqui ao meu lado.”
- “Pois se assim é, providenciarei um acompanhante para ambos. Ele se encontra naquele portão. Mais uma pergunta, por favor.- qual a tua missão em Caiphul?”
- “Vim para estudar xioq no Inithlon; trouxe minha mãe para cuidar de nossa casa.”
- “Está bem. Podeis ir.”
Esse colóquio ocorreu no grande portal que dava entrada para o terraço acima. A sentinela estava postada atrás de um portão de bronze e ouro ricamente trabalhado, muito delicado mas suficiente para impedir a entrada de alguém indesejável. Atrás do soldado havia um grande espelho, no pesado anexo do portal. Esse espelho estava suspenso por duas hastes de cobre polido de modo a impedir que tocasse os lados do nicho em qualquer ponto. Se eu tivesse podido olhar atrás dele, teria visto o conjunto de cordas metálicas, bastante parecido com as de piano, junto com outras peças de um mecanismo que naquela ocasião nada diriam a minha mente ainda deseducada.
Como poderia eu sequer suspeitar que aquela chapa de brilhante metal Polido no qual se refletia todo o interior daquela arcada, como se fosse num lago tranqüilo, era um engenhoso mensageiro automático? Que aqueles inúmeros fios de metal vibravam em sintonia, com toda inflexão possível de voz ou outros sons, e que quando falei todos os sons que emiti foram levados velozmente ao longo de correntes-terra naturais (telúricas), próprias do Lado-Noite (feminino) da Natureza e que reagiam ao controle do homem, sendo todas as palavras e sons ouvidos pelo Rai em seu trono?
Nem podia eu sonhar que, simultaneamente, o reflexo de nossa imagem era igualmente transmitido à mesma augusta presença. Mas esses eram os fatos. Uns poucos passos nos levaram até um portão interno feito de chapas de ferro fenestrado que com o simples apertar de um botão se erguia para permitir a passagem por baixo. Nesse ponto encontramos o guia que o guarda havia providenciado. Julguei que seu silêncio era uma indicação de grosseria, pois não sabia que ele tinha recebido ordens, antes de nos aproximarmos, para nos conduzir até a presença real, o que tornava inútil que expressássemos o nosso desejo. Sua observação em voz baixa dizendo “compreendo”, quando comecei a dizer o que queria, impediu que eu continuasse, pois senti-me ofendido em meu orgulho por sua reserva, tão diferente da liberdade com que meus associados montanheses se comunicavam.
E havia tantas pessoas assim arrogantes na cidade! Resolvi dar-lhe uma lição e ponderei a melhor forma de lhe dizer que eu considerava seus modos totalmente fora de propósito em alguém de sua posição. Eu não podia imaginar que ele já tivesse todas as informações necessárias sobre nós, pois embora a distância entre seu posto e o grande portal não fosse grande, era obviamente longe demais para que nossas palavras ditas em voz baixa pudessem ter sido ouvidas. O insuspeitado espelho havia feito o seu trabalho, embora não soubéssemos disso. “Vem”, disse o emproado guia, “conduzirei a ti e à tua mãe.”
“Mãe?” – pensei. “Como ele sabe que alguém tão bonita e de aparência tão jovem é minha mãe? Ela poderia ser minha irmã ou minha esposa, entretanto ele a chamou de minha mãe”. A suposta presunção do rapaz me irritou, pois eu tinha orgulho não só da aparência juvenil dela, como também do meu jeito maduro, de que eu gostava; muitas vezes tinham me dito que eu parecia sete ou oito anos mais velho do que realmente era. Se me tivessem chamado a atenção para a tolice desse orgulho por minha aparência, em vez de sentir aquele vago ressentimento eu teria rido achando-o absurdo, deixando-o de lado por ser indigno de alguém como eu, com ambições tão grandiosas.
Naquele caso, isso resultou numa certa rigidez de postura, como reação àquela imaginária arrogância e, em grande parte para meu prejuízo, deixei de prestar total atenção nas vistas e detalhes que eu deveria ter observado. Embora eu não risse naquela oportunidade por causa da visão obtusa causada por minha ignorância, ri muitas vezes ao rever os registros do passado. Tantos milhares de anos decorridos desde então podem fazer parecer que o riso de que falo é tardio demais, mas “antes tarde do que nunca” se aplica muito bem a esse fato!
Conforme nos foi indicado, sentamo-nos num carro mais leve do que o utilizado nas avenidas públicas e com forma também diferente. Só depois que já estávamos em movimento foi que percebi o quanto era diferente em construção e método de propulsão. Embora eu desejasse parecer bem acostumado a essas novidades, fiz um movimento brusco de espanto, que foi bastante revelador, quando o condutor tocou numa alavanca e o veículo ergueu-se no ar como uma bolha de sabão, endireitou-se e depois subiu seguindo o aclive na direção da parte plana onde se encontrava o palácio.
Ali deixamos o veículo em forma de charuto e entramos em outro carro, este se movendo sobre trilhos. Fizemos um meio-circuito do edifício e depois nos dirigimos em alta velocidade atravessando o platô até chegarmos à boca escancarada de uma das grandes serpentes de pedra. Em vez de subir no mesmo ângulo do corpo da serpente, nosso carro se moveu num plano horizontal. Quando entramos, uma luz se acendeu repentinamente, afastando em um segundo a obscuridade do interior. Após essa agradável surpresa, minha atenção foi atraída para o brilho das paredes que pareciam arder com um fogo vermelho, azul, verde, amarelo e de todas as outras cores, tanto que não consigo encontrar uma comparação mais adequada do que a do Sol batendo nas gotas de orvalho presas a miríades de teias de aranha, nas primeiras horas da manhã.
Esqueci minha irritação e perguntei o que causava aquele deslumbrante efeito; o guia respondeu que os pedreiros tinham feito o acabamento das paredes com um reboco ao qual tinham sido incorporados grãos de vidro colorido. Enquanto nossa admiração ainda nos envolvia, paramos e vi que estávamos no fundo de uma espécie de poço; em volta deste, os trilhos subiam em espiral até aparentemente terminar sob um teto vagamente visível graças à luz que o carro irradiava para cima enquanto subíamos. Quando chegamos perto, um sino tocou agradavelmente duas vezes e imediatamente o teto se abriu silenciosamente para um lado, permitindo a passagem do veículo.
Atrás de nós o poço voltou a se fechar automaticamente e nos vimos num esplêndido aposento, cujas dimensões eram difíceis de calcular devido a muitos biombos suspensos de seda (vermelho vivo) carmim, a cor real, e folhagens que formavam paisagens de selva em miniatura. As flores e as aves canoras, os repuxos e o ar perfumado, mais a sombra fresca após o calor lá de fora, pois não havíamos ficado tempo suficiente no poço-elevador para nos refrescarmos, fizeram o lugar parecer um paraíso. Só se viam partes do teto do grande salão, pois o mesmo estava quase todo cobert0 de trepadeiras de ramos pendentes. Em meio a toda essa harmonia visual, tremulando no ar, acima, abaixo, em toda parte, soavam encantadoras cadências musicais a que os pássaros, como que inspirados por elas, respondiam em coro.
Nessa cena paradisíaca de cor, som e perfume, passando por belas estátuas e graciosas fontes, nosso carro se movia silenciosamente, de um modo que nos dava a ilusão de estarmos parados e de que a visão de todas aquelas delícias é que passava por nós, posicionados no centro. Era a união perfeita de arte e ciência, da qual era gerado aquele lindo sonho, um triunfo da capacidade e do conhecimento humano! Carros se moviam em todas as direções, vindo, indo, parando, com pessoas vestidas como se fosse para uma recepção de gala, com as diferentes cores de seus turbantes mostrando sua categoria social. Poseid, como outras nações daquele e de outros tempos, tinha suas castas, como a governamental, dos literatos, eclesiásticos, artesãos, militares que serviam como polícia e brigada sanitária, e assim por diante.
As vestimentas de todas as classes seguiam um estilo geral, a não ser pelos turbantes que todos os habitantes usavam e que diferia na cor conforme a casta. O turbante do Soberano, por exemplo, era de seda pura carmim; o dos conselheiros, vermelho-vinho; o dos oficiais menores, rosa pálido. Osturbantes dos militares eram laranja forte para os soldados e cor de limãopara os oficiais. O branco puro era próprio do sacerdócio, o cinza das classes científica, literária e artística. O azul distinguia os artesãos, mecânicos e operários, enquanto o verde distinguia todos os que, por qualquer razão – imaturidade ou falta de educação – não gozavam do direito de voto. Apesar de que o sistema de castas era estritamente obedecido, resultava num bem e não num mal, pois não havia rivalidade de classes, porque a dignidade do trabalho era um sentimento tão forte que uma classe não invejava a outra.
Somente os que usavam verde eram discriminados. Os que usavam essa cor por ainda não serem maiores de idade deixariam de usá-la mais tarde, enquanto que os que não tinham estudos suficientes para obter o direito de usar outra cor, sentiam que o estigma que os acompanhava era uma motivação para alcançarem uma posição mais honrosa na vida. Enquanto eu observava esses vários detalhes que seriam alimento para minha mente, nosso carro foi eficientemente manobrado para evitar uma colisão com o de uma dama que vinha em frente, aparentemente distraída enquanto arrumava uma ponta solta de seu turbante cinza, mostrando, ao fazê-lo, o brilho de um rubi, gema que só a realeza podia usar. Nosso carro chegou a um ponto onde havia grande quantidade de carros e nos conduziu até um segundo aposento.
Quanto à jovem real usando turbante cinza e o rubi. . . Meus pensamentos continuavam com ela! Como era radiosa sua beleza! Foi aquela a primeira vez que vi a Princesa Anzimee. . . mas não devo me adiantar! O recinto onde entramos era menor do que o que tínhamos acabado de deixar, mas ainda assim estava longe de ser pequeno. Tudo ali tinha a cor carmim, brilhante e cintilante, a não ser por uma elevação no centro. Esta tinha degraus ou pequenos terraços de mármore negro, e a parte superior, que media uns doze pés de lado, sustentava uma espécie de trono de madeira escura, coberto de veludo negro. Devo observar neste ponto que o preto era uma cor representativa , incluindo o simbolismo de todas as cores, mostrando, no caso do trono, que aquele que o ocupava pertencia a todas as classes.
Isso era um fato, porque o Rai Gwauxln não só era soberano e chefe do exército, mas era também um sumo sacerdote, literato, cientista, artista e músico, tendo bom conhecimento ainda das tarefas dos artesãos e maquinistas. Em frente ao corrimão de prata que existia em torno do trono, nosso veículo parou ao lado da fila em movimento, obedecendo ao gesto do imperador. O guia nos fez descer e, abrindo um pequeno portão, indicou que devíamos galgar os degraus e chegar nos pés do Rai. Meu coração bateu forte enquanto eu seguia as Instruções, e embora tivesse ficado pálido de emoção, tive auto-controle suficiente para oferecer o braço à minha mãe, para apoiá-la. Acho que nunca andei mais orgulhosamente ereto em toda a minha vida. No alto dos degraus nos ajoelhamos e aguardamos o momento de nos levantarmos, o que não tardou a acontecer. Quando estávamos novamente de pé, o Rai Gwauxln disse suavemente:
-“Zailm, és muito jovem para um estudante tão ambicioso quanto sei
que és.”
-“Se te agrada que eu seja assim, fico contente” – respondi.
-“Já aprendeste o que as escolas primárias têm a ensinar aos jovens?” Pois isso é necessário para que possas obter admissão ao Inithlon”.
-“Já o fiz, Zo Rai.”
-“Seria agradável para ti, Zailm, contar-me quais estudos são de tua maior preferência?”
-“Sim, Zo Rai, considero uma elevada honra te dizer. Não escolhi meus estudos com base em minhas preferências, mas não tenho dúvida de que o próprio Incal ordenou qual seria minha escolha, indicando a geologia acima de qualquer outra. Também Ele me concedeu uma disposição natural que aponta para o estudo de línguas e literatura. Não tomei a decisão final, mas tenho uma boa opinião a respeito desses ramos de Xioq. A geologia foi por Mim indicada através de uma experiência incomum.”
-“Tu me interessas, jovem. Entretanto, esta é uma hora de cumprimento de deveres de estado e não devo negligenciar meu povo que vem prestar homenagem ao seu monarca. Toma este passe e na quarta hora retorna ao portal pelo qual entraste em Agacoe. Serás bem-vindo.”
Tomei o passe que o Rai me oferecera e, ao descer os degraus de mármore, vi que trazia a inscrição: “Presença do Rai. Portador de permissão”. Tínhamos trazido um pacote de tâmaras e por isso não precisávamos deixar os jardins para almoçar. Nosso guia voltou a se ocupar de nós e, depois de ser informado de que queríamos ficar no perímetro do palácio, dirigiu nosso carro pelo labirinto de construções mais uma vez, fazendo-nos descer do veículo ao lado de um dos pilares do peristilo. Daquele ponto em que nos separamos do guia, olhei em torno para me certificar de onde ficava a entrada principal; verificando que ficava a oeste, escoltei minha mãe até um banco à sombra de um deodar (árvore) gigante, que em séculos posteriores passou a ser chamado “Cedro do Líbano”.
Num dos seus ramos estava um pássaro imitador que nós chamávamos de “nossuri”, significando “cantor do luar” por causa do hábito desses encantadores pássaros cor de cinza de trinar sua maravilhosa melodia no ar calmo das noites de luar. Não que eles não cantem de dia; na verdade, a ave estava cantando, mas o fato de chamá-los “nossuri”, de “nosses” (a Lua) e “surada” (eu canto) era um termo ornitológico distintamente poseidano. Na hora aprazada fomos até o local designado e, apresentando o passe, fomos conduzidos a um carro e depois de novamente ascendermos, o guia nos levou a um pequeno aposento luxuosamente decorado. Junto a uma mesa quase oculta por livros estava o Rai, ouvindo uma voz bem modulada que contava as últimas novidades do dia, cujo dono não podia ser visto.
O Rai voltou-se para nós quando fomos anunciados, dispensou o servidor, e nos cumprimentou amavelmente. Então voltou-se para uma caixa parecida de certa forma com o agradável instrumento que chamamos rádio e virou uma chave com um leve ruído. No mesmo instante a voz se calou no meio de uma palavra e fiquei sabendo, ao obedecermos o convite do Rai para nos sentarmos, que eu tinha visto pela primeira vez uma gravação de notícias sobre a qual tinha lido muitas vezes. Na hora que se seguiu relatei a história de minha vida, suas esperanças, tristezas, triunfos e ambições, respondendo as perguntas daquele homem cordial, aparentemente pouco velho, a quem qualquer pessoa viva podia render homenagem sem perda de dignidade, pois sua nobre cortesia mostrava como pode um rei ser um homem e como pode um homem ser um soberano.
Contei como cada acontecimento tinha aumentado meu apetite por um conhecimento cada vez maior. Depois contei as experiências vividas em minha viagem ao pico do Rhok, narrativa que foi interrompida quando mencionei o nome da montanha. “Rhok!” Perguntou o meu imperial ouvinte.
“Estás me dizendo que ascendeu aquela terrível altura, à noite, sozinho, uma montanha que indicam os nossos mapas que afirmam ser inacessível a não ser por vailx?”
“Provavelmente, Zo Rai, a única rota só é conhecida por uns poucos montanheses; li que a montanha era considerada inacessível, mas. . . “-Hesitei, e o Rai disse rapidamente:
“Sim, fala! Foi para julgar-te que ouvi tua narrativa, pois sei muito bem de tudo que me relataste. Eu poderia ter dito tudo o que tu dissestes, e contar tudo que dirás; desejei ouvir-te para julgar; conheço a tua história desde que te vi pela primeira vez. Sou um “filho da Solitude” – acrescentou.
Fiquei em silêncio, pois me confundia a ideia de que ele já sabia de tudo. Percebendo isso, o Rai falou:
“Continua, filho. Conta-me tudo; desejo conhecer os fatos pelos teus lábios, pois estou interessado em tua pessoa”.
Então retomei a história interrompida e descrevi minhas homenagens a Incal e a petição por seu auxílio -, sua rápida resposta à minha prece; a erupção do vulcão e o perigo que isso representou para mim. Sobre isto disse o Rai:
“Então testemunhaste pessoalmente aquela explosão das forças terrestres? Fui informado de que ela provocou grandes mudanças locais e que agora há um extenso lago onde não havia lago algum, ao pé do Rhok. Ele mede nove vens”.
Eu ainda era pouco sofisticado para me sentir curioso em saber se o Rai havia visto a erupção, pois eu não compreendia o significado de ele ser Filho da Solitude e conhecer todas as minhas aventuras, e embora não duvidasse que isso fosse um fato, atribuí esse conhecimento a um agudo julgamento de possibilidades; para aumentar minha falta de sofisticação perguntei ao Rai se ele tinha visto aquelas coisas. “Jovem inexperiente!” – disse o Monarca sorrindo –“poucas vezes encontro alguém tão franco! És mesmo um filho das montanhas! Mas temo que não o serás por muito tempo, no ambiente em que ora te encontras! Responderei tua pergunta.
“Nenhuma grande convulsão da natureza pode ocorrer que não seja automaticamente registrada quanto à sua extensão aproximada e à sua localização; uma prova fotográfica de cada parte da localidade afetada é mostrada a cada instante. No caso em questão, tudo que tive a fazer foi ir até o gabinete apropriado, que fica neste edifício, e toda a cena se desenrolou diante de mim tão vividamente quanto deve ter se mostrado para ti, pois pude ver a explosão, e até ouvi-la, por meio do naim. E verdade que ao que vi faltava um elemento que o tornou um pouco mais vivido para ti do que para mim, que foi o do perigo físico; mas como para mim esse perigo não existe – um dia saberás por que – a cena para mim esteve completa e não faltou nenhum elemento que minha presença real tivesse podido acrescentar”.
Fiquei profundamente maravilhado com as instrumentalidades descritas pelo Rai Gwauxln e ponderei com deleite na possibilidade de algum dia conhecê-las pessoalmente e ter acesso a elas. O Rai continuou:
“Dissestes que encontrastes um tesouro de ouro nativo em dois locais separados. Procurastes reaver o que obtivestes antes da erupção? Não? Isso importa pouco. Zailm, é fato conhecido que a ignorância da lei não é uma desculpa válida para desobedecê-la.”
O rosto do Rai tinha se tornado muito grave e senti uma impressão nada agradável.
“Contudo, estou convencido de que nada sabias sobre a violação dos estatutos quando deixaste de comunicar o achado. Por isso não te punirei”. Aqui o imperador fez uma pausa, perdendo-se em pensamentos, enquanto eu, que até então havia ignorado que tivesse feito algo que violasse a lei, empalideci tanto que Gwauxln sorriu de leve e disse:
“Mas aqueles que agora exploram essa mina e os que recebem o pó de ouro e o mineral ali produzido não escaparão. No caso deles é um crime consciente, agravado pelo fato de que eles não desconhecem a lei e ainda por cima te defraudam. De ti exigirei apenas a expiação que possa existir em denunciar seus nomes.”
Obedeci essa ordem, embora pensasse com tristeza nas esposas e filhos daqueles ladrões, que eram inocentes. Deveriam sofrer da mesma forma que os transgressores? O Rai pareceu conhecer meu pensamento. Se não o conheceu, falou como se concordasse comigo, dizendo:
“Esses homens têm esposa, família?”
“Sim, é verdade!” – repliquei com tanto ardor que o monarca novamente sorriu e eu, encorajado, supliquei que fosse clemente por causa dos inocentes.
“Nada sabes sobre nosso sistema de punição, Zailm?”
“Muito pouco, Zo Rai; ouvi dizer que nenhum malfeitor sai das mãos da justiça sem ter se tornado alguém melhor, mas imagino que o tratamento seja bastante severo”.
“Quanto a severidade, a resposta é não. Quanto ao outro ponto, se os homens são reformados após terem errado, para que não incorram novamente em erro, não redundaria isso em vantagem para as esposas e filhos dos criminosos? Mandarei que esses homens sejam trazidos ao tribunal competente e tu testemunharás o processo de reforma. Julgo que depois disso desejaras aprender anatomia e a ciência da punição reformatória, em acréscimo aos teus outros estudos em Xio. Além disso, asseguro-te que em caso algum sofrerás o confisco daquela mina, que será tua propriedade-, se a doares ao tesouro nacional, enquanto fores estudante não te faltará dinheiro. Mais tarde, quando os anos de estudo tiverem passado, se tiveres êxito como aluno, ah!, então te nomearei superintendente da mina. E se te mostrares fiel quanto a isso, farei de ti um senhor de muitas coisas. Tenho dito”.
Rai Gwauxln tocou num botão e imediatamente um serviçal entrou. A ele o Rai incumbiu de nos acompanhar, dizendo: “Que a paz de Incal esteja com ambos”.
Assim terminou a audiência que influenciou o curso dos anos e modelou a grande árvore da vida, fazendo-me sentir orgulhosamente um depositário da confiança de um amigo reverenciado. Esse estado de consciência sempre se mostrou muito potente neste mundo de provas e tentações.
Continua…
{n.t. Nos registros de um antiquíssimo Templo budista em LHASA, no TIBET, há para ser visto uma antiga inscrição caldéia de cerca de 2.000 anos a.C. (ou mais antiga ainda…) onde se pode ler:
“Quando a estrela Baal caiu sobre o lugar onde agora é só mar e céu, as sete cidades com suas portas de ouro e seus templos transparentes tremeram e balançaram como as folhas de uma árvore na tempestade. E eis que um dilúvio de fogo e fumaça surgiu a partir dos palácios, a agonia e os gritos da multidão preencheram o ar. Eles procuraram refúgio em seus templos e cidadelas e o sábio Mu, o hierático sacerdote de Ra-Mu, se levantou e lhes disse:
“Será que eu não previ tudo isso”?
E as mulheres e os homens em suas roupas brilhantes e pedras preciosas se lamentavam:
“Mu, salve-nos.”
E Mu respondeu:
“Vocês morrerão junto com os seus escravos e suas riquezas materiais e de suas cinzas surgirão novas nações. E se eles também se esquecerem que são superiores, não por causa do que eles usam ou possuem, mas do ( bem e a Luz) que eles colocarem para fora de si mesmos, a mesma sorte vai cair sobre eles!”
As chamas e o fumo sufocaram as palavras de Mu. A terra das sete cidades e seus habitantes foram despedaçados e engolidos para as profundezas do oceano revolto em poucos dias”.}
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